sábado, 31 de dezembro de 2011

Suinocultura

A carne de porco é muito apreciada nas ceias de reveillon, pois este  é um  animal  que “fuça para frente”, sendo assim, por superstição acredita-se que impulsiona as coisas boas. Certamente a comunidade de Pinheiral de Baixo muito contribuirá para as ceias do fim de ano, isto porque em média, a cada 120 dias, saem das 7 granjas existentes aqui 5.000 animais prontos para o consumo.  As granjas de suínos tornaram-se uma boa opção para os agricultores familiares que resolveram deixar o cultivo de fumo e apostar em um trabalho novo, que como qualquer outro relacionado ao campo, apresenta suas dificuldades.
Os granjeiros, integrados a Perdigão, recebem da empresa os leitões, a ração e a assistência técnica e precisam cumprir um uma jornada diária (incluindo sábados, domingos e feriados) de muito trabalho que inclui: tratar os animais na hora certa (a princípio 5 vezes ao dia reduzindo para 3 no final do lote), medicá-los quando necessário, fazer o controle de moscas e roedores e limpar as instalações 2 vezes ao dia.
Os animais chegam às granjas de engorda com 60 dias pesando entre 15 a 20 quilos e depois de 120 dias saem de lá com aproximadamente 130 quilos.  Essa explosão calórica deve-se ao consumo da ração com fórmulas específicas para cada fase de crescimento. Segundo os produtores, a ração é feita a partir da mistura de soja, milho, triticale, palha de aveia, pena de galinha, ossos, entre outros. Acrescenta-se a isso medicamentos contra diarréia, pneumonia, tosse, além de hormônios, vulgarmente chamados de “bomba” que fazem com que o animal ganhe peso rapidamente. (A efeito de comparação um porco crioulo leva quase um ano para atingir 130 quilos.)
Os produtores são remunerados por margem de produtividade, ou seja, conferem-se os índices de conversão – o tempo de engorda, o quanto o animal comeu e o quanto adquiriu de carne e gordura - e então é feita a remuneração que equivale a mais ou menos 1 salário e meio por mês, pago cumulativamente no final do lote.



Animal assinalado doente.

Granjeiro Valdir Costa tratando os animais.

Piscina com dejetos da granja. Esse material é aproveitado para fertilizar o solo.





domingo, 18 de dezembro de 2011

João-de-Barro


Com o bico bem afiado,
 de pedreiro trabalhador,
João-de-Barro, desde cedo,
constrói seu ninho de amor.

O barro transforma em massa,
que amassa com cuidado.
E com ela vai erguendo
o seu castelo encantado.

A fêmea, apaixonada,
Fica ao seu lado a sonhar.
Olha pra ele e pergunta:
- É aqui que eu vou morar?

Nye Ribeiro
Do livro: Roda de Letrinhas, Roda & Cia, SP, 2004.








Ninho "alugado"

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Pássaro Cativo


Armas, num galho de árvore, o alçapão;
E, em breve, uma avezinha descuidada,
Batendo as asas cai na escravidão. 





Dás-lhe então, por esplêndida morada, 
   A gaiola dourada;
Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos, e tudo:
Porque é que, tendo tudo, há de ficar
       O passarinho mudo,
Arrepiado e triste, sem cantar?


É que, crença, os pássaros não falam.
Só gorjeando a sua dor exalam,
Sem que os homens os possam entender;
Se os pássaros falassem,
Talvez os teus ouvidos escutassem
Este cativo pássaro dizer:


 “Não quero o teu alpiste!
Gosto mais do alimento que procuro
Na mata livre em que a voar me viste;
Tenho água fresca num recanto escuro
    Da selva em que nasci;
      Da mata entre os verdores,
     Tenho frutos e flores,
     Sem precisar de ti!

Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola
De haver perdido aquilo que perdi ...
Prefiro o ninho humilde, construído
De folhas secas, plácido, e escondido
Entre os galhos das árvores amigas ...

 

  Solta-me ao vento e ao sol!
Com que direito à escravidão me obrigas?
Quero saudar as pompas do arrebol!
  Quero, ao cair da tarde,
Entoar minhas tristíssimas cantigas!

Por que me prendes? Solta-me covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade:
Não me roubes a minha liberdade ...
Quero voar! voar! ... "
Estas cousas o pássaro diria,
Se pudesse falar.
E a tua alma, criança, tremeria,
    Vendo tanta aflição:
E a tua mão tremendo, lhe abriria
     A porta da prisão...
   Olavo Bilac
Do livro: Poesias Infantis, Ed. Francisco Alves, 1929, RJ.





domingo, 27 de novembro de 2011

Fumicultura



O fumo sempre foi um assunto polêmico e causador de frequentes discussões, sobretudo pelos malefícios que causa a saúde das pessoas que tem o hábito de fumar. Por outro lado, há inúmeras famílias de agricultores que padecem dos males provocados pelo cultivo do fumo e sequer são lembradas.
Para produzir fumo de qualidade, o agricultor necessita aplicar  sessões de agrotóxicos, fica exposto as intempéries climáticas para fazer a colheita na maturação certa das folhas, tem o sono interrompido várias vezes a noite para cuidar dos fornos durante a secagem, passa horas em posições desconfortáveis para colher, transportar e classificar as folhas. Resumindo, trabalha feito “um burro de carga”. Esse excesso de trabalho, afeta o organismo dos agricultores acarretando problemas físicos e mentais (depressão).
Em Pinheiral de Baixo o cultivo do fumo iniciou-se na década de 60, sendo o Sr. Antonio Wendler o pioneiro, seguido de Nivaldo Hass, Ernesto Gross, Sebastião Gross e outros. De lá pra cá, as áreas cultivadas aumentaram consideravelmente. O fumo tornou-se a principal atividade econômica de 90% dos agricultores pinheiralenses. Não porque eles assim o desejem. O fumo possui maior rendimento comparado ao de outras culturas, pode ser cultivado em pequenas áreas, não necessita de grande infra-estrutura (pois o trabalho é praticamente todo manual), ocupa toda mão-de-obra existente na família e o comércio é garantido pelo contrato com as fumageiras. Estes são alguns motivos que fazem com que os agricultores permaneçam nessa atividade agrícola degradante.
O cultivo do fumo é sistemático e envolve o fumicultor por aproximadamente 10 meses no ano.  A seguir acompanhe as principais fases do seu processo produtivo.


Geralmente o produtor utiliza bandejas de isopor pra fazer a semeadura (método float). As 200 repartições da bandeja são preenchidas com substrato e depositadas em “piscinas” de lona feitas no chão, cheias de água, agrotóxicos e fertilizantes.  As mudinhas ficam no canteiro por aproximadamente 60 dias e nesse período o canteiro precisa ser examinado regularmente, para fazer a reposição da água, reaplicação de agrotóxicos e a poda das mudas.





Depois que a muda está formada ela é replantada no terreno definitivamente. O plantio deve acontecer logo após as chuvas, pois assim o terreno está bem úmido e a pega é garantida. Se ocorrer estiagem por longo período, os agricultores são obrigados a fazer a rega manual. Até chegar a época da colheita, os agricultores precisam capinar, pulverizar as pragas e fazer a capação (quebra da flor). Esse processo leva cerca de 2 meses e meio.




A colheita e secagem acontecem simultaneamente. Essa é a etapa do processo produtivo mais cansativa, esgotante, penosa e desconfortável . Inicialmente o agricultor colhe o baixeiro (folhas rentes ao chão) e à medida que as folhas maduram colhe o restante. É preciso repassar de 5 a 6 vezes o mesmo pé de fumo. Esta etapa do trabalho acontece nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. O fumicultor passa horas curvado, carregando maços pesados de folhas, sob o sol e calor insuportável, isso quando não é pego de surpresa pelas repentinas chuvas de verão. A nicotina presente nas folhas do fumo entra em contato com a pele dos agricultores e causa a “Doença do Tabaco Verde” provocando vômitos, dores estomacais, dores de cabeça, tontura, fraqueza, dificuldades para dormir, entre outros.





Depois de colhido, o fumo é transportado até as estufas onde ocorre a “secagem” das folhas, durante uma semana em média. Para isso, o agricultor precisa alimentar os fornos noite e dia, pois oscilações bruscas na temperatura da estufa afetam a qualidade do produto. As noites mal dormidas são outra grande dificuldade enfrentada nessa etapa.



Após secas, as folhas são depositadas no paiol, onde mais tarde passarão por um processo de classificação por cor, tamanho e espessura. Em seguida são feitas as manocas ou bonecas (várias folhas da mesma classificação são amarradas umas nas outras pelo talo) e finalmente o fumo é enfardado. Essa etapa é rotineira e desconfortável, pois os fumicultores passam os dias sentados no chão, manuseando as folhas, aspirando pó e sentindo um cheiro ruim que só o fumo sabe ter. Depois de pronto, os fardos são enviados as empresas fumageiras que normalmente pagam um preço muito abaixo do esperado pelo agricultor.



Para saber mais sobre esse assunto acesse  o item de referência: http://hdl.handle.net/10183/22063

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

As abelhas

ZZZZZZZZZZZZZ
( Nye Ribeiro)

ZZZZZZZZ diz a abelhinha.
Me dá licença, florzinha.



Vim buscar pólen para fabricar mel.

Fique à vontade abelhinha...


Ela abaixa a cabecinha
e com pólen nas patinhas
voa de volta pro céu.



Abelhas
Desde que os antigos humanos trocaram o modo de vida de caçadores-coletores para pastores-agricultores, as primeiras colônias se viram compelidas a domesticar animais e plantas para facilitar a sobrevivência, principalmente porque a nova configuração social acarretou maior densidade populacional. Assim, muitas plantas, muares, ovinos, bovinos, galináceos e insetos, foram compulsoriamente atrelados ao modus vivendi humano nas aldeias e tribos. Obviamente isso não aconteceu a um só tempo, nem num mesmo lugar.
Com facilidade, costumamos associar os mamíferos e aves à nossa civilização por se tratar de animais “visíveis” que não deixam dúvidas que estão ali. Contudo, dois pequenos insetos da maior importância convivem conosco a quase tanto tempo quando os outros animais domesticados: bichos-da-seda e abelhas.
Os bichos-da-seda para se reproduzirem constroem casulos onde colocam seus ovos. Os humanos usam essas ootecas para tecer a seda. Os historiadores acreditam que a produção de seda teve início na China, por volta de 3.000 a.C., revelando que as pessoas já deviam ter começado a domesticar o bicho-da-seda por volta dessa época. Em 2009, uma equipe de cientistas liderada por investigadores chineses comparou o genoma de bichos-da-seda selvagens e de produção industrial tendo concluído que a domesticação deste animal, há cinco mil anos, resultou de um evento único embora se desconheça se os animais fundadores foram recolhidos num único lugar. Desde o início esses insetos têm contribuído em progressão geométrica para a indústria de vestuários e confecção em geral.
Já, com relação às abelhas, há que se notar que antes do século dezenove as populações dependiam do mel para adoçar suas beberagens e comidas, e ainda não existia açúcar industrial. As pessoas conseguiam mel em colméias e não é preciso dizer que se arriscavam a levar doloridas ferroadas para consegui-lo. As abelhas, segundo registros mais antigos, foram domesticadas no oriente por volta de três mil anos atrás.
No século dezenove, o reverendo americano Lorenzo Lorraine Langstroth melhorou significativamente a estrutura das colméias para permitir métodos mais eficientes para a produção do mel. De então para cá, a indústria melífera aperfeiçoou-se cada vez mais e se tornou indispensável para os modos de vida escolhidos pelos homens tanto do oriente como do ocidente. O mel entra na composição de centenas de alimentos, além de ser grandemente utilizado na indústria farmacêutica. Cera, própolis e geléia real são subprodutos também muito explorados pela apicultura.
Com o desenvolvimento da agricultura em larga escala, verificou-se que a apicultura tinha mais uma utilidade ainda. A polinização. As grandes plantações se valem das abelhas e outros insetos para aumentar a produtividade, plantas fecundadas são mais prolíferas e, assim, abelhas criadas junto às culturas, contribuem significativamente para plantas mais produtivas. É consórcio que traz benéficos incalculáveis à agricultura.
Então, por milênios, as abelhas conviveram em relativa paz com homens e a eles deram o produto de seu trabalho sem maiores dissabores, e os humanos esperavam contar com esse serviço por mais alguns milênios talvez. Só que, parece, essa relação está entrando em declínio, vai deixar de existir dentro de muito pouco tempo se nada for feito.
Desordem de Colapso de Colônia (CCD em inglês) é um fenômeno em que abelhas operárias de uma colméia de abelhas melíferas européias e africanizadas, de repente desaparecem. Enquanto tais desaparecimentos ocasionalmente ocorriam ao longo da história da apicultura, o termo CCD foi aplicado pela primeira vez a um aumento drástico no número de desaparecimentos de colônias de abelhas europeias nos EUA no final de 2006. Esse colapso de colônias é alarmante porque, como dissemos, muitas produções agrícolas em todo o mundo são polinizadas por abelhas.
Alertados para o fato, apicultores europeus observaram fenômenos semelhantes na Bélgica, França, Holanda, Grécia, Itália, Portugal e Espanha, e relatórios iniciais também vieram da Suíça e da Alemanha, embora em menor grau. Enquanto na Irlanda do Norte relatórios dão conta de um declínio superior a 50%. Outros casos possíveis de CCD também têm sido relatados em Taiwan desde abril de 2007. No Brasil, interior de São Paulo, também se fala em grandes perdas nos apiários, embora não haja relatórios conhecidos a respeito.
A causa ou causas dessa síndrome ainda não são compreendidas. Em 2007, algumas autoridades atribuíram o problema a fatores biológicos como ácaros e doenças de insetos (isto é, patógenos, incluindo Nosema apis e vírus de paralisia aguda de Israel). Outras causas propostas incluem mudanças ambientais por pesticidas que podem levar a desnutrição dos insetos. Mais possibilidades especulativas têm incluído modificação celular por radiação.
Também foi sugerido que pode ser devido a uma combinação de muitos fatores e que nenhum fator é a causa principal ou central. O relatório mais recente (USDA - 2010) afirma que: "com base em uma primeira análise de amostras coletadas em abelhas mortas, tem-se notado o elevado número de vírus e outros patógenos, pesticidas e parasitas presentes em colônias que sofreram CCD. Este trabalho sugere que uma combinação de fatores ambientais pode desencadear uma cascata de eventos e contribuir para debilitação dos insetos de forma que estes ficam vulneráveis a outras doenças”. Contudo, não há qualquer convergência de resultados nos estudos efetuados até o presente e, principalmente, não se sabe o porquê dos eventos. O que se sabe com certeza, é que as abelhas continuam desaparecendo e essa síndrome está se espalhando pelo Planeta e não há nenhuma solução a vista a médio e curto prazo. Cientistas preocupados projetam que dentro de uns vinte anos não mais haverá abelhas produzindo mel industrialmente. Quem viver provavelmente terá muito menos doçura em sua vida então. JAIR, Floripa, 19/11/11.
Disponível em: http://jairclopes.blogspot.com/2011/11/abelhas.html



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Pinhão


Pinhão

Só quem viveu à sombra dos pinheirais, em contacto íntimo com a Araucaria angustifolia, conhecida como Pinheiro do Paraná, pode ter lembranças que envolvam o gosto do pinhão catado no chão e comido à moda nativa: no sapêco. Nos meses de maio e junho, quando do sazonamento dos pinhões, era programa obrigatório dos garotos de minha infância saírem à cata dessas sementes nas matas que circundavam a cidade de Palmeira. Era diversão garantida andar pelas trilhas das florestas e procurar pelas tão saborosas sementes antes que, cotias, pacas, ouriços, camundongos e serelepes; e aves como papagaio-de-peito-roxo, gralha-picaça, airus, gralha azul, tucanos e insetos, os atacassem. As incursões bem sucedidas dependiam de timing apurado: nem antes que os pinhões caíssem naturalmente, nem depois que os predadores os atacassem.
No entender prático de nosso tempo e conhecimento, existem dois tipos de pinheiros quanto às suas pinhas e ao tempo de maturação delas. O primeiro, mais alto e esguio, tende a ter um perfil do tipo “taça de champanhe” e dá pinhas menores, com pinhões mais abundantes, formatos alongados e claros mesmo quando sazonados. O segundo tipo apresenta o perfil de guarda-chuva, mais baixo com tronco mais grosso, suas pinhas são maiores, sazonam mais tarde e os pinhões, maiores, menos abundantes, são mais escuros e mais deliciosos. Existe um terceiro perfil, o cônico ou tipo árvore de natal tradicional, mas este formato se refere a pinheiros novos ou espécimes anômalos que tenham nascido fora de seu ambiente natural, as florestas ombrófilas.
Pois bem, o ideal seria observar o timing exato e colher os pinhões ainda frescos no chão, só que isso era apenas teoria ou comportamento não observado, a vontade de comer as sementes o quanto antes ditava outras regras. O mais das vezes o que nós fazíamos, capitaneados pelo nosso tio Beto, era ir à colheita antes das pinhas debulharem seu conteúdo no solo, ou seja, quando as pinhas já maduras ainda não tinham se desfeito lá no alto dos galhos. Então, tio Beto cortava um bambu bem comprido, normalmente encontrado na chácara do seu Ângelo Nicolate, e o levávamos para cutucar as pinhas de modo a fazê-las soltarem os pinhões. Catadas as sementes, em geral fazíamos uma fogueira com as próprias agulhas da árvore, agulhas que chamávamos sapê, e jogávamos os pinhões no fogo de forma a assá-los a moda indígena chamada sapêco. Ficavam deliciosos.
Fora esse consumo in natura o ato da colheita, os pinhões eram levados para casa onde podiam ser cozidos com um pouco de sal ou assados na chapa do fogão a lenha e amassados com macete de madeira de forma a ficarem achatados e soltarem a casca, a esta modalidade chamávamos de bilé.
Pois bem, além do pinhão ser fonte importante de proteínas e carboidratos, ele proporcionava-nos a fantástica oportunidade de trilhar aquelas matas maravilhosas com imbuias e cedros centenários ornadas de orquídeas, especialmente a Lelia purpurata que, na época de floração, tingia com tonalidades arroxeadas a floresta. A experiência de incursões na floresta fresca mesmo no verão, perfumada por aromas sutis de plantas, musgos e flores; sonorizada por pios de pássaros os mais variados e assombrada por brisa que farfalhava as árvores dando-lhes movimento de vida perceptível, como se estivessem a falar umas com as outras, é algo inexplicável, algo que só é possível sentir, descrever não.
Mas, uma das vezes em que fomos com tio Beto e o bambu comprido, nos dirigimos a uma mata pequena bem próxima ao bairro onde morávamos, coisa de quarenta minutos a pé. Havia um aglomerado de pinheiros muito antigos, portanto, muito altos, nessa pequena floresta que, segundo nosso tio, pertencia a um conhecido dele, Kaminski, o qual dera permissão tácita para que tio Beto colhesse pinhões lá. Acompanhávamos nosso tio, o Joel, eu e o Jonas, irmão mais novo do Joel, devia ter uns quatro ou cinco anos. Pois estava o tio Beto trepado numa árvore, da qual podia cutucar as pinhas com mais facilidade com o bambu e nós apanhávamos os pinhões que caíam no chão, quando ouvimos gritos de alguém nos enxotando do lugar. “Saiam da minha propriedade, ladrões!” ou coisa que o valha. Assustados, nós os piás, corremos. Tio Beto, sobre a árvore, involuntariamente camuflado entre a ramagem, identificou que quem gritava era o Kaminski, e também gritou: “Kamisnki! Sou eu! Kaminski! Sou eu!”, e o Kaminski nem aí, munido com um facão, ameaçava com gestos. Corremos tanto que nossos calcanhares batiam nas nádegas e só paramos quando a distância ao polaco raivoso e seu ameaçador facão nos pareceu segura.
Serenados os ânimos depois do susto, Jonas tinha urinado nas calças, tio Beto, indignado, ainda reclamava do "amigo" não o ter reconhecido e feito aquele papelão, Joel e eu consideramos que foi o mico do ano e deixamos de comentar o acontecido. Mais tarde, ficou por conta do Jonas os comentários do evento que, segundo pareceu a ele, foi causado por um cachorro chamado Kaminski. Perguntado sobre o fato, respondia: O Kaminski mordeu o calcanhar do tio Beto. E ponto final, não havia mais o que falar. JAIR, Floripa, 27/01/11



terça-feira, 15 de novembro de 2011

Nossa escola...



Premiações em eventos destacam  a
Escola Municipal Pedro Gross Filho
A Escola Municipal Pedro Gross Filho, da localidade de Pinheiral de Baixo, ganhou destaque na mídia graças às premiações que seus alunos e professores conquistaram em eventos a nível nacional, estadual e municipal. Entre as principais conquistas estão a medalha de ouro recebida pela aluna do 5º ano na Olimpíada Brasileira de Astronomia, uma estudante do 3º ano ganhou o concurso de ilustração do projeto Ler e Pensar do jornal “Gazeta do Povo”, o único prêmio para a escola municipal de Palmeira no agrinho 2011, foi a escola mais premiada no Agrinho Municipal e uma das alunas da classe especial ganhou o primeiro lugar em concurso de cartazes da Semana Municipal da Vida Palmeirense (Semuvipa).
Destaque na OBA foi a conquista da medalha de ouro pela aluna Luana Prezybytivic Pinto do 5º ano, entre estudantes do nível 2. Além da medalha de ouro, Luana e todos os demais alunos que participaram da OBA receberam certificados de participação. Por ter participado do evento, a escola recebeu da organização da OBA, entre outros materiais, uma luneta.
Promovido pelo jornal “Gazeta do Povo”, o concurso cultural Ler e Pensar teve a estudante Isadora Borcoski Costa, do 3° ano, participando da categoria Ilustrador Mirim e ganhando o 1º  lugar. Ela recebeu o prêmio em evento realizado no Teatro Guairá, em Curitiba, no dia 25 de outubro.
O Programa Agrinho Municipal 2011, evento de nível estadual promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) teve a aluna Thainara Borcoski, do 1° ano, conquistando o terceiro lugar na categoria Desenho. Ela recebeu a premiação em evento realizado no dia 21 de outubro em Curitiba.
A versão municipal do Agrinho rendeu seis prêmios para a Escola Municipal Pedro Gross Filho, que foi a escola mais premiada no evento promovido pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte. Na categoria Desenho Educação Especial, Laís Cristine de Araújo ficou com o segundo lugar. Na categoria Desenho 1° ano, Thainara Borcoski foi a primeira colocada e Paola Ornieski conquistou o segundo lugar. Na categoria redação 3° ano, Isadora Borcoski Costa foi a segunda colocada. Na categoria redação 4° ano, Anieli Cristina Costa ficou com o terceiro lugar. E na categoria Redação 5° ano, Luana Prezybytivic Pinto obteve a segunda colocação.
No concurso de cartazes da Semuvipa, entre os concorrentes da Classe Especial, a aluna Maria de Lurdes Araújo obteve o primeiro lugar.
Publicado no jornal Gazeta de Palmeira, n° 1191, p.12



Premiação Agrinho Municipal

Professoras Vilma, Marieli, Sandreli e Vera.
As alunas: Laís ( 2° lugar/desenho classe especial). Luana (2° lugar redação /5°ano),
 Anieli (3° lugar redação/4°ano), Isadora (2° lugar redação/3°ano),
Thainara e Paola (1° e 2° lugar categoria desenho/ 1°ano).


Concurso Agrinho Estadual

Premiação em Curitiba

Professora Marieli e sua aluna Thainara recebendo a premiação.
Terceiro lugar na categoria desenho.

Professora Marieli e a aluna premiadaThainara Borcoski.


Premiação Ilustrador Mirim do Jornal Gazeta do Povo
Teatro Guaíra/Curitiba

Professora Vera e a aluna premiada Isadora Borcoski Costa,
 ganhadora do troféu Ilustradora Mirim.

Luana Prezybytivic - medalha de ouro na XIV OBA.


Maria de Lourdes Araújo - 1º lugar no concurso de cartazes da SEMUVIPA, categoria Classe Especial.

Anieli Cristina Costa - 3º lugar no concurso de redação
 "A importância dos rios."