domingo, 27 de novembro de 2011

Fumicultura



O fumo sempre foi um assunto polêmico e causador de frequentes discussões, sobretudo pelos malefícios que causa a saúde das pessoas que tem o hábito de fumar. Por outro lado, há inúmeras famílias de agricultores que padecem dos males provocados pelo cultivo do fumo e sequer são lembradas.
Para produzir fumo de qualidade, o agricultor necessita aplicar  sessões de agrotóxicos, fica exposto as intempéries climáticas para fazer a colheita na maturação certa das folhas, tem o sono interrompido várias vezes a noite para cuidar dos fornos durante a secagem, passa horas em posições desconfortáveis para colher, transportar e classificar as folhas. Resumindo, trabalha feito “um burro de carga”. Esse excesso de trabalho, afeta o organismo dos agricultores acarretando problemas físicos e mentais (depressão).
Em Pinheiral de Baixo o cultivo do fumo iniciou-se na década de 60, sendo o Sr. Antonio Wendler o pioneiro, seguido de Nivaldo Hass, Ernesto Gross, Sebastião Gross e outros. De lá pra cá, as áreas cultivadas aumentaram consideravelmente. O fumo tornou-se a principal atividade econômica de 90% dos agricultores pinheiralenses. Não porque eles assim o desejem. O fumo possui maior rendimento comparado ao de outras culturas, pode ser cultivado em pequenas áreas, não necessita de grande infra-estrutura (pois o trabalho é praticamente todo manual), ocupa toda mão-de-obra existente na família e o comércio é garantido pelo contrato com as fumageiras. Estes são alguns motivos que fazem com que os agricultores permaneçam nessa atividade agrícola degradante.
O cultivo do fumo é sistemático e envolve o fumicultor por aproximadamente 10 meses no ano.  A seguir acompanhe as principais fases do seu processo produtivo.


Geralmente o produtor utiliza bandejas de isopor pra fazer a semeadura (método float). As 200 repartições da bandeja são preenchidas com substrato e depositadas em “piscinas” de lona feitas no chão, cheias de água, agrotóxicos e fertilizantes.  As mudinhas ficam no canteiro por aproximadamente 60 dias e nesse período o canteiro precisa ser examinado regularmente, para fazer a reposição da água, reaplicação de agrotóxicos e a poda das mudas.





Depois que a muda está formada ela é replantada no terreno definitivamente. O plantio deve acontecer logo após as chuvas, pois assim o terreno está bem úmido e a pega é garantida. Se ocorrer estiagem por longo período, os agricultores são obrigados a fazer a rega manual. Até chegar a época da colheita, os agricultores precisam capinar, pulverizar as pragas e fazer a capação (quebra da flor). Esse processo leva cerca de 2 meses e meio.




A colheita e secagem acontecem simultaneamente. Essa é a etapa do processo produtivo mais cansativa, esgotante, penosa e desconfortável . Inicialmente o agricultor colhe o baixeiro (folhas rentes ao chão) e à medida que as folhas maduram colhe o restante. É preciso repassar de 5 a 6 vezes o mesmo pé de fumo. Esta etapa do trabalho acontece nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. O fumicultor passa horas curvado, carregando maços pesados de folhas, sob o sol e calor insuportável, isso quando não é pego de surpresa pelas repentinas chuvas de verão. A nicotina presente nas folhas do fumo entra em contato com a pele dos agricultores e causa a “Doença do Tabaco Verde” provocando vômitos, dores estomacais, dores de cabeça, tontura, fraqueza, dificuldades para dormir, entre outros.





Depois de colhido, o fumo é transportado até as estufas onde ocorre a “secagem” das folhas, durante uma semana em média. Para isso, o agricultor precisa alimentar os fornos noite e dia, pois oscilações bruscas na temperatura da estufa afetam a qualidade do produto. As noites mal dormidas são outra grande dificuldade enfrentada nessa etapa.



Após secas, as folhas são depositadas no paiol, onde mais tarde passarão por um processo de classificação por cor, tamanho e espessura. Em seguida são feitas as manocas ou bonecas (várias folhas da mesma classificação são amarradas umas nas outras pelo talo) e finalmente o fumo é enfardado. Essa etapa é rotineira e desconfortável, pois os fumicultores passam os dias sentados no chão, manuseando as folhas, aspirando pó e sentindo um cheiro ruim que só o fumo sabe ter. Depois de pronto, os fardos são enviados as empresas fumageiras que normalmente pagam um preço muito abaixo do esperado pelo agricultor.



Para saber mais sobre esse assunto acesse  o item de referência: http://hdl.handle.net/10183/22063

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

As abelhas

ZZZZZZZZZZZZZ
( Nye Ribeiro)

ZZZZZZZZ diz a abelhinha.
Me dá licença, florzinha.



Vim buscar pólen para fabricar mel.

Fique à vontade abelhinha...


Ela abaixa a cabecinha
e com pólen nas patinhas
voa de volta pro céu.



Abelhas
Desde que os antigos humanos trocaram o modo de vida de caçadores-coletores para pastores-agricultores, as primeiras colônias se viram compelidas a domesticar animais e plantas para facilitar a sobrevivência, principalmente porque a nova configuração social acarretou maior densidade populacional. Assim, muitas plantas, muares, ovinos, bovinos, galináceos e insetos, foram compulsoriamente atrelados ao modus vivendi humano nas aldeias e tribos. Obviamente isso não aconteceu a um só tempo, nem num mesmo lugar.
Com facilidade, costumamos associar os mamíferos e aves à nossa civilização por se tratar de animais “visíveis” que não deixam dúvidas que estão ali. Contudo, dois pequenos insetos da maior importância convivem conosco a quase tanto tempo quando os outros animais domesticados: bichos-da-seda e abelhas.
Os bichos-da-seda para se reproduzirem constroem casulos onde colocam seus ovos. Os humanos usam essas ootecas para tecer a seda. Os historiadores acreditam que a produção de seda teve início na China, por volta de 3.000 a.C., revelando que as pessoas já deviam ter começado a domesticar o bicho-da-seda por volta dessa época. Em 2009, uma equipe de cientistas liderada por investigadores chineses comparou o genoma de bichos-da-seda selvagens e de produção industrial tendo concluído que a domesticação deste animal, há cinco mil anos, resultou de um evento único embora se desconheça se os animais fundadores foram recolhidos num único lugar. Desde o início esses insetos têm contribuído em progressão geométrica para a indústria de vestuários e confecção em geral.
Já, com relação às abelhas, há que se notar que antes do século dezenove as populações dependiam do mel para adoçar suas beberagens e comidas, e ainda não existia açúcar industrial. As pessoas conseguiam mel em colméias e não é preciso dizer que se arriscavam a levar doloridas ferroadas para consegui-lo. As abelhas, segundo registros mais antigos, foram domesticadas no oriente por volta de três mil anos atrás.
No século dezenove, o reverendo americano Lorenzo Lorraine Langstroth melhorou significativamente a estrutura das colméias para permitir métodos mais eficientes para a produção do mel. De então para cá, a indústria melífera aperfeiçoou-se cada vez mais e se tornou indispensável para os modos de vida escolhidos pelos homens tanto do oriente como do ocidente. O mel entra na composição de centenas de alimentos, além de ser grandemente utilizado na indústria farmacêutica. Cera, própolis e geléia real são subprodutos também muito explorados pela apicultura.
Com o desenvolvimento da agricultura em larga escala, verificou-se que a apicultura tinha mais uma utilidade ainda. A polinização. As grandes plantações se valem das abelhas e outros insetos para aumentar a produtividade, plantas fecundadas são mais prolíferas e, assim, abelhas criadas junto às culturas, contribuem significativamente para plantas mais produtivas. É consórcio que traz benéficos incalculáveis à agricultura.
Então, por milênios, as abelhas conviveram em relativa paz com homens e a eles deram o produto de seu trabalho sem maiores dissabores, e os humanos esperavam contar com esse serviço por mais alguns milênios talvez. Só que, parece, essa relação está entrando em declínio, vai deixar de existir dentro de muito pouco tempo se nada for feito.
Desordem de Colapso de Colônia (CCD em inglês) é um fenômeno em que abelhas operárias de uma colméia de abelhas melíferas européias e africanizadas, de repente desaparecem. Enquanto tais desaparecimentos ocasionalmente ocorriam ao longo da história da apicultura, o termo CCD foi aplicado pela primeira vez a um aumento drástico no número de desaparecimentos de colônias de abelhas europeias nos EUA no final de 2006. Esse colapso de colônias é alarmante porque, como dissemos, muitas produções agrícolas em todo o mundo são polinizadas por abelhas.
Alertados para o fato, apicultores europeus observaram fenômenos semelhantes na Bélgica, França, Holanda, Grécia, Itália, Portugal e Espanha, e relatórios iniciais também vieram da Suíça e da Alemanha, embora em menor grau. Enquanto na Irlanda do Norte relatórios dão conta de um declínio superior a 50%. Outros casos possíveis de CCD também têm sido relatados em Taiwan desde abril de 2007. No Brasil, interior de São Paulo, também se fala em grandes perdas nos apiários, embora não haja relatórios conhecidos a respeito.
A causa ou causas dessa síndrome ainda não são compreendidas. Em 2007, algumas autoridades atribuíram o problema a fatores biológicos como ácaros e doenças de insetos (isto é, patógenos, incluindo Nosema apis e vírus de paralisia aguda de Israel). Outras causas propostas incluem mudanças ambientais por pesticidas que podem levar a desnutrição dos insetos. Mais possibilidades especulativas têm incluído modificação celular por radiação.
Também foi sugerido que pode ser devido a uma combinação de muitos fatores e que nenhum fator é a causa principal ou central. O relatório mais recente (USDA - 2010) afirma que: "com base em uma primeira análise de amostras coletadas em abelhas mortas, tem-se notado o elevado número de vírus e outros patógenos, pesticidas e parasitas presentes em colônias que sofreram CCD. Este trabalho sugere que uma combinação de fatores ambientais pode desencadear uma cascata de eventos e contribuir para debilitação dos insetos de forma que estes ficam vulneráveis a outras doenças”. Contudo, não há qualquer convergência de resultados nos estudos efetuados até o presente e, principalmente, não se sabe o porquê dos eventos. O que se sabe com certeza, é que as abelhas continuam desaparecendo e essa síndrome está se espalhando pelo Planeta e não há nenhuma solução a vista a médio e curto prazo. Cientistas preocupados projetam que dentro de uns vinte anos não mais haverá abelhas produzindo mel industrialmente. Quem viver provavelmente terá muito menos doçura em sua vida então. JAIR, Floripa, 19/11/11.
Disponível em: http://jairclopes.blogspot.com/2011/11/abelhas.html



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Pinhão


Pinhão

Só quem viveu à sombra dos pinheirais, em contacto íntimo com a Araucaria angustifolia, conhecida como Pinheiro do Paraná, pode ter lembranças que envolvam o gosto do pinhão catado no chão e comido à moda nativa: no sapêco. Nos meses de maio e junho, quando do sazonamento dos pinhões, era programa obrigatório dos garotos de minha infância saírem à cata dessas sementes nas matas que circundavam a cidade de Palmeira. Era diversão garantida andar pelas trilhas das florestas e procurar pelas tão saborosas sementes antes que, cotias, pacas, ouriços, camundongos e serelepes; e aves como papagaio-de-peito-roxo, gralha-picaça, airus, gralha azul, tucanos e insetos, os atacassem. As incursões bem sucedidas dependiam de timing apurado: nem antes que os pinhões caíssem naturalmente, nem depois que os predadores os atacassem.
No entender prático de nosso tempo e conhecimento, existem dois tipos de pinheiros quanto às suas pinhas e ao tempo de maturação delas. O primeiro, mais alto e esguio, tende a ter um perfil do tipo “taça de champanhe” e dá pinhas menores, com pinhões mais abundantes, formatos alongados e claros mesmo quando sazonados. O segundo tipo apresenta o perfil de guarda-chuva, mais baixo com tronco mais grosso, suas pinhas são maiores, sazonam mais tarde e os pinhões, maiores, menos abundantes, são mais escuros e mais deliciosos. Existe um terceiro perfil, o cônico ou tipo árvore de natal tradicional, mas este formato se refere a pinheiros novos ou espécimes anômalos que tenham nascido fora de seu ambiente natural, as florestas ombrófilas.
Pois bem, o ideal seria observar o timing exato e colher os pinhões ainda frescos no chão, só que isso era apenas teoria ou comportamento não observado, a vontade de comer as sementes o quanto antes ditava outras regras. O mais das vezes o que nós fazíamos, capitaneados pelo nosso tio Beto, era ir à colheita antes das pinhas debulharem seu conteúdo no solo, ou seja, quando as pinhas já maduras ainda não tinham se desfeito lá no alto dos galhos. Então, tio Beto cortava um bambu bem comprido, normalmente encontrado na chácara do seu Ângelo Nicolate, e o levávamos para cutucar as pinhas de modo a fazê-las soltarem os pinhões. Catadas as sementes, em geral fazíamos uma fogueira com as próprias agulhas da árvore, agulhas que chamávamos sapê, e jogávamos os pinhões no fogo de forma a assá-los a moda indígena chamada sapêco. Ficavam deliciosos.
Fora esse consumo in natura o ato da colheita, os pinhões eram levados para casa onde podiam ser cozidos com um pouco de sal ou assados na chapa do fogão a lenha e amassados com macete de madeira de forma a ficarem achatados e soltarem a casca, a esta modalidade chamávamos de bilé.
Pois bem, além do pinhão ser fonte importante de proteínas e carboidratos, ele proporcionava-nos a fantástica oportunidade de trilhar aquelas matas maravilhosas com imbuias e cedros centenários ornadas de orquídeas, especialmente a Lelia purpurata que, na época de floração, tingia com tonalidades arroxeadas a floresta. A experiência de incursões na floresta fresca mesmo no verão, perfumada por aromas sutis de plantas, musgos e flores; sonorizada por pios de pássaros os mais variados e assombrada por brisa que farfalhava as árvores dando-lhes movimento de vida perceptível, como se estivessem a falar umas com as outras, é algo inexplicável, algo que só é possível sentir, descrever não.
Mas, uma das vezes em que fomos com tio Beto e o bambu comprido, nos dirigimos a uma mata pequena bem próxima ao bairro onde morávamos, coisa de quarenta minutos a pé. Havia um aglomerado de pinheiros muito antigos, portanto, muito altos, nessa pequena floresta que, segundo nosso tio, pertencia a um conhecido dele, Kaminski, o qual dera permissão tácita para que tio Beto colhesse pinhões lá. Acompanhávamos nosso tio, o Joel, eu e o Jonas, irmão mais novo do Joel, devia ter uns quatro ou cinco anos. Pois estava o tio Beto trepado numa árvore, da qual podia cutucar as pinhas com mais facilidade com o bambu e nós apanhávamos os pinhões que caíam no chão, quando ouvimos gritos de alguém nos enxotando do lugar. “Saiam da minha propriedade, ladrões!” ou coisa que o valha. Assustados, nós os piás, corremos. Tio Beto, sobre a árvore, involuntariamente camuflado entre a ramagem, identificou que quem gritava era o Kaminski, e também gritou: “Kamisnki! Sou eu! Kaminski! Sou eu!”, e o Kaminski nem aí, munido com um facão, ameaçava com gestos. Corremos tanto que nossos calcanhares batiam nas nádegas e só paramos quando a distância ao polaco raivoso e seu ameaçador facão nos pareceu segura.
Serenados os ânimos depois do susto, Jonas tinha urinado nas calças, tio Beto, indignado, ainda reclamava do "amigo" não o ter reconhecido e feito aquele papelão, Joel e eu consideramos que foi o mico do ano e deixamos de comentar o acontecido. Mais tarde, ficou por conta do Jonas os comentários do evento que, segundo pareceu a ele, foi causado por um cachorro chamado Kaminski. Perguntado sobre o fato, respondia: O Kaminski mordeu o calcanhar do tio Beto. E ponto final, não havia mais o que falar. JAIR, Floripa, 27/01/11



terça-feira, 15 de novembro de 2011

Nossa escola...



Premiações em eventos destacam  a
Escola Municipal Pedro Gross Filho
A Escola Municipal Pedro Gross Filho, da localidade de Pinheiral de Baixo, ganhou destaque na mídia graças às premiações que seus alunos e professores conquistaram em eventos a nível nacional, estadual e municipal. Entre as principais conquistas estão a medalha de ouro recebida pela aluna do 5º ano na Olimpíada Brasileira de Astronomia, uma estudante do 3º ano ganhou o concurso de ilustração do projeto Ler e Pensar do jornal “Gazeta do Povo”, o único prêmio para a escola municipal de Palmeira no agrinho 2011, foi a escola mais premiada no Agrinho Municipal e uma das alunas da classe especial ganhou o primeiro lugar em concurso de cartazes da Semana Municipal da Vida Palmeirense (Semuvipa).
Destaque na OBA foi a conquista da medalha de ouro pela aluna Luana Prezybytivic Pinto do 5º ano, entre estudantes do nível 2. Além da medalha de ouro, Luana e todos os demais alunos que participaram da OBA receberam certificados de participação. Por ter participado do evento, a escola recebeu da organização da OBA, entre outros materiais, uma luneta.
Promovido pelo jornal “Gazeta do Povo”, o concurso cultural Ler e Pensar teve a estudante Isadora Borcoski Costa, do 3° ano, participando da categoria Ilustrador Mirim e ganhando o 1º  lugar. Ela recebeu o prêmio em evento realizado no Teatro Guairá, em Curitiba, no dia 25 de outubro.
O Programa Agrinho Municipal 2011, evento de nível estadual promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) teve a aluna Thainara Borcoski, do 1° ano, conquistando o terceiro lugar na categoria Desenho. Ela recebeu a premiação em evento realizado no dia 21 de outubro em Curitiba.
A versão municipal do Agrinho rendeu seis prêmios para a Escola Municipal Pedro Gross Filho, que foi a escola mais premiada no evento promovido pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte. Na categoria Desenho Educação Especial, Laís Cristine de Araújo ficou com o segundo lugar. Na categoria Desenho 1° ano, Thainara Borcoski foi a primeira colocada e Paola Ornieski conquistou o segundo lugar. Na categoria redação 3° ano, Isadora Borcoski Costa foi a segunda colocada. Na categoria redação 4° ano, Anieli Cristina Costa ficou com o terceiro lugar. E na categoria Redação 5° ano, Luana Prezybytivic Pinto obteve a segunda colocação.
No concurso de cartazes da Semuvipa, entre os concorrentes da Classe Especial, a aluna Maria de Lurdes Araújo obteve o primeiro lugar.
Publicado no jornal Gazeta de Palmeira, n° 1191, p.12



Premiação Agrinho Municipal

Professoras Vilma, Marieli, Sandreli e Vera.
As alunas: Laís ( 2° lugar/desenho classe especial). Luana (2° lugar redação /5°ano),
 Anieli (3° lugar redação/4°ano), Isadora (2° lugar redação/3°ano),
Thainara e Paola (1° e 2° lugar categoria desenho/ 1°ano).


Concurso Agrinho Estadual

Premiação em Curitiba

Professora Marieli e sua aluna Thainara recebendo a premiação.
Terceiro lugar na categoria desenho.

Professora Marieli e a aluna premiadaThainara Borcoski.


Premiação Ilustrador Mirim do Jornal Gazeta do Povo
Teatro Guaíra/Curitiba

Professora Vera e a aluna premiada Isadora Borcoski Costa,
 ganhadora do troféu Ilustradora Mirim.

Luana Prezybytivic - medalha de ouro na XIV OBA.


Maria de Lourdes Araújo - 1º lugar no concurso de cartazes da SEMUVIPA, categoria Classe Especial.

Anieli Cristina Costa - 3º lugar no concurso de redação
 "A importância dos rios."


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Pinheiral dos Malucelli/Serraria




Não podemos falar da história de Pinheiral de Baixo sem mencionarmos a antiga “Serraria dos Malucelli”.
Chiquita Farias e Raimundo Osório foram os primeiros donos daquela imensa área, coberta por matas nativas e pinheiros seculares. Em 1930 os irmãos Malucelli –  Marcos, Vicente, Emílio  e Benjamim.–  comerciantes de madeira vindos de Três Morros, adquiriram aquelas terras e instalaram ali uma serraria.
Com a abundância de matéria-prima, a serraria tornou-se muito próspera. Ao seu redor surgiu uma vila e para atender as necessidades do povoado que crescia, ali construíram uma igreja, um clube, uma escolinha e um armazém de “secos e molhados”. Durante muitos anos a Serraria foi o centro de todos os acontecimentos da comunidade.
A paralisação das atividades extrativistas em 1960, motivadas pela escassez das árvores, causou um grande impacto em todos os habitantes e trabalhadores do Pinheiral. A população que dependia daquele trabalho espalhou-se. A Serraria transformou-se em lembranças, doces ou amargas...
No ano 2000, através do Projeto Brasil 500 anos desenvolvido pela Escola Municipal Pedro Gross Filho, a professora Vilma Czelusniak Freitas e a então professora Elizete Gross, convidaram o Sr. Reni Malucelli para vir até a escola contar aos nossos alunos como tudo aconteceu.

Devido ao esgotamento da matéria-prima (pinheiro) em Três Morros, a serraria da família Malucelli  mudou-se para Pinheiral de Baixo em 1930, sendo Baptista Malucelli o seu fundador. Aqui compraram as terras da família Faria Machado, mais precisamente de Francisca, e montaram a serraria para explorar o pinheiro, árvore nativa e abundante na região. Tudo aqui era floresta. As árvores eram derrubadas com serras traçadeiras (manuais), deixando livre o espaço para a construção da serraria. No início vieram trabalhar cerca de 10 homens sendo que os mesmos ficaram alojados em  um pavilhão.
Com o início da atividade extrativista criaram a marca MAVIEMBE, que nada mais é que as iniciais dos nomes dos quatros irmãos proprietários – Marcos, Vicente, Emílio e Benjamim Malucelli, segundo a ordem cronológica dos mesmos.
Em 1933 a firma sofreu um incêndio (causa desconhecida) e precisou pedir ajuda a outras empresas para conseguir se reerguer. O transporte de mercadorias e madeira era feito pelos carroções puxados por 8 animais.  Com o passar dos anos a empresa dos irmãos tornou-se muito próspera. Possuíam 5 serraria espalhadas na região (Poço Grande, Queimadas, São João do Triunfo, Vitorinópolis). Chegaram exportar seus produtos para Inglaterra e Dinamarca.
 O número de empregados era grande. Aproximava-se de 60 as casas construídas para abrigar as famílias dos trabalhadores. Para atender as necessidades da população que ali vivia, foi construído um clube para realização de bailes e outros festejos. Pessoas da comunidade e das redondezas tocavam gaitas, clarinete, pandeiro e outros instrumentos, tudo era muito animado. Aos domingos, ou em dias de chuva, jogavam baralho, bocha, pingue-pongue. Grandes festas aconteciam também no entorno da capela, cujo padroeiro era São José (escolhido por ser um santo que em vida trabalhou como marceneiro). Conta-se que nessas festas reuniam-se pessoas de todas as comunidades vizinhas além de pessoas ilustres da cidade.
A escola que existiu também foi criada pela firma. A professora chamava-se Alice (?) e havia aproximadamente 40 estudantes, filhos dos empregados e também alunos de Pinheiral de Baixo.
No armazém de “secos e molhados” existia de tudo, desde alimentos até tecidos que eram comercializados com todos os moradores da região. Quem não tinha dinheiro para comprar alguma mercadoria, fazia o negócio na base da troca, ou seja, fornecia algum produto agrícola ou pecuário e em troca levava sal, açúcar refinado, tecido, entre outros...
 Na época existia o Ford 29 que estava à disposição para qualquer emergência relacionada à saúde como acidentes e partos complicados. Essas pessoas eram levadas até Palmeira pela mesma estrada que usamos hoje (acesso pela Mandaçaia). Na época essa estrada era conservada pela firma, pois o então prefeito Benjamim Malucelli não fazia a manutenção da mesma para que não “falassem” que ele “puxava” pra família.
Por volta de 1935 surgiu o time do Pinheiral Esporte Clube. Em 1938 foram os campeões em Ponta Grossa e em 1939 perderam a final da “Taça Paraná” para o Coritiba, num placar de 10 x 0. O motivo da goleada foi a equipe passar a noite fora do hotel, pois com a ressaca adquirida não tiveram condições e defender o estimado time.
A firma permaneceu aqui durante décadas e, segundo o Sr. Reni, nunca se pensou em reflorestamento porque na época existia o INP – Instituto Nacional do Pinho, governamental, que controlava a quantidade de Pinheiro cortado. Eles eram os responsáveis pelo reflorestamento, pois a firma contribuía com uma porcentagem para cada metro cúbico de madeira cortada.
Quando acabou a madeira, a firma “juntou seus pertences” e mudou-se para Palmeira. Além da escassez da matéria–prima, houve falta de entrosamento entre os familiares e falhas administrativas. Esses fatores provocaram a falência da firma.


Em 1998, em parte das terras que pertenciam aos Malucelli, foram assentadas pelo INCRA, 14 famílias do MST. O restante foi leiloado recentemente.
Atualmente, na região em que existiu a serraria e as matas, há o predomínio das plantações de soja e o reflorestamento com as espécies exóticas pinus e eucaliptos.




Contam os "antigos" que no dia 21/06/1940, foi realizada a última missa na igrejinha da serraria. Já no dia seguinte, ela foi desmanchada e trazida para nossa comunidade por João Costa Filho ( Janguinho) e remontada com o mesmo modelo no terreno de João Costa Filho.

Atual Igreja do Pinheiral dos Malucelli.

Propriedade que pertenceu a Vicente Kovalski.

Tanque que abastecia as caldeiras da antiga serraria dos Malucelli.



 
Imagens do local aonde antes existia a
Serraria dos Malucelli.

No lugar em que existiu  matas nativas com pinheiros centenários, hoje predomina
plantações agrícolas e árvores exóticas como o pinus e o eucaliptus.

Os sobreviventes!



domingo, 13 de novembro de 2011

Casas antigas de madeira.




Esta casa pertenceu a  meus avós maternos Angélica e Boles Borcoski 
atualmente é a propriedade do caçula da família  o tio Joanim Borcoski.
 

E esta, foi dos meus avós paternos Francisca e Pedro Gross Costa,
boas lembranças da vó Chica e da sacolinha de balas do vô Pedro.
  

Antiga propriedade de Carolina e Nivaldo Hass.
Embora esteja sem moradores há alguns anos, ainda está muito bem preservada.


Casa que pertenceu a Vitória e Basílio Ornieski.
  

Residência da Teca e do Otávio Costa.

Casa que pertenceu a Balbina e Antônio Wendler.



Residência da Marica ( Maria Czelusniak).

Residência de João Gross Costa (84 anos) , uma das pessoas mais idosas da comunidade.
 

Nosso homenageado



O PINHEIRO

Pinheiro - árvore símbolo do nosso estado
e da nossa comunidade.

Árvore - do Lat. arbore - grande vegetal lenhoso, cujos ramos saem a certa altura do tronco. Esta definição de árvore, não obstante acadêmica, encerra as três principais características que determinam o que é uma árvore em oposição a outros vegetais: tronco lenhoso significa que quase toda madeira usada na fabricação de artefatos, seja uma simples cadeira ou um grande pagode chinês, é originaria de árvores, enquanto arbustos, ervas, algas, gramas e outras plantas não são lenhosos, não fornecem madeira; grande, em contraste com outras plantas que, - exceto o bambu que é uma gramínea mas pode ser enorme, e algumas algas do pacífico que também crescem muito em busca de luz solar - podem ser médias, pequenas, minúsculas e até microscópicas, mas nunca grandes; ramos ou galhos saem a certa altura do tronco, é quase uma regra geral, árvores costumam ter uma parte do tronco livre de galhos, diferentemente dos arbustos, por exemplo, que têm rebentos desde o chão na maioria das vezes. Todas as árvores do planeta podem ser classificadas, grosso modo, em apenas três categorias: Palmáceas, Folhas largas e Coníferas. Palmáceas são todos os tipos de palmeiras e coqueiros imagináveis, são plantas Monocotiledôneas. Costumam ter galhos grandes formadas por um eixo no qual estão distribuídas simetricamente as lâminas, que são as folhas propriamente ditas. O tronco distingue-se das demais árvores por não possuir anéis de crescimento, são normalmente cilíndricos, lisos, sem casca e os galhos e frutos ficam, em geral, bem no alto. As palmáceas são extremamente decorativas e paisagísticas, e algumas produzem palmitos, mas isso significa sacrificá-las, já que o palmito nada mais é que o miolo da parte superior do tronco. Outras produzem frutos como cocos, tâmaras, fruta-pão ou coquinhos. Folhas largas são árvores que, mantidas as características que as define: lenhosas, grandes e com parte do tronco livre de galhos, possuem, ademais, como o nome informa, folhas largas no sentido de abertas, contrário às folhas das coníferas que são fechadas e se parecem com espinhos. São muito lenhosas, quase metade de toda a madeira utilizável no planeta vem dessas árvores, o resto é oriunda das coníferas. Grande maioria das árvores frutíferas são folhas largas, abacateiro, laranjeira, pereira, macieira, mangueira, jaqueira, pessegueiro etc. O baobá, típica árvore meridional africana é uma intrigante e excêntrica representante das folhas largas. A última categoria, coníferas, tem esse nome por causa de suas folhas que lembram cones ou espinhos. São as árvores mais antigas do planeta, estão aqui a duzentos milhões de anos. Todos os pinheiros, araucárias e pinus são coníferas. O maior representante das coníferas é a sequóia gigante canadense, chega a ter 130 metros de altura. Dentre as coníferas, encontra-se a Araucária Angustifólia. Araucária é um gênero de árvores coníferas na família Araucariaceae. Existem 19 espécies no gênero, com distribuições altamente separadas na Nova Caledônia (onde treze espécies são endêmicas), Ilha Norfolk, sudeste da Austrália, Nova Guiné, Argentina, Chile, e sul do Brasil onde se encontra o Pinheiro-do-Paraná, essa belíssima árvore que é o símbolo daquele estado. O Pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia) ou pinheiro-brasileiro, também conhecido pelo nome de origem indígena, curi, é a única espécie do gênero encontrada no Brasil. É uma planta dióica, sendo assim, apresenta os gêneros masculinos e femininos em indivíduos separados. O gênero feminino produz frutos chamados pinhas e o masculino possui um estróbilo que poliniza as flores da árvore feminina através do vento. O Pinheiro-do-Paraná, ou simplesmente Pinheiro como é conhecido por lá, é uma árvore simétrica como tendem ser todas as coníferas; em geral, por disputarem a luz do sol com outras árvores na mata fechada, crescem acima do dossel da floresta e apresentam-se com perfil de taça rasa com pé comprido, mas, eventualmente, ao desenvolverem-se em local onde não haja árvores concorrentes como no campo, por exemplo, podem tomar a forma de cone, assim como as árvores de natal. Suas sementes, os pinhões, em formato de pião, eram importantes na alimentação indígena e ainda hoje são iguarias que inspiram muitas receitas. Medem cerca de quinze milímetros de largura na parte mais larga e cerca de oito centímetros de comprimento. As pinhas pesam vários quilogramas e podem atingir o diâmetro de cerca de trinta centímetros e conter até cento e cinquenta pinhões. Os pinheirais fazem parte de um ecossistema chamado floresta ombrófila (que gosta de chuva) mista, que integra o bioma da Mata Atlântica. A copada majestosa das araucárias, voltadas para o céu a cinquenta metros de altura, lhes confere um porte majestoso não igualado por nenhuma outra árvore da mata que a circunda. Canelas, imbuias e cedros formam um segundo extrato que cobre sub-bosques de erva-mate e xaxim. A fauna original tinha onças, bugios, cotias, catetos e a incrível e agora que extinta gralha-azul, pássaro que dispersa o pinhão, deliciosa semente do pinheiro, contribuindo para a disseminação das árvores. Antes da colonização, essa floresta ocupava mais de metade da região, hoje não resta nem 2% da floresta original. O pinheiro é importante, pois controla a qualidade da fauna e flora do bioma. Seus pinhões servem de alimento para pequenos animais no inverno, porque nesta época do ano quase não existem frutos e néctares. Seus cones são como uma manjedoura, protegem as plantas menores e retêm a umidade. As demais coníferas, como os pinus que abundam no hemisfério norte, em geral formam grandes florestas monófitas, ou seja, florestas compostas de uma só espécie, o Pinheiro não, ele vive sempre associado a uma mata mista. Ao nascer ele necessita de sombra para sobreviver nos primeiros anos, então cresce e ultrapassa as demais plantas formando ele próprio o dossel que sombreará a floresta. Tive a sorte de passar minha infância e parte da adolescência à sombra dos pinheirais do Paraná, catei pinhões e os comi no “sapêco”, que é a maneira indígena de assá-los. Hoje os pinheiros que, pela abundância, conferiram ao Paraná o título de Terra dos pinheirais, quase desapareceram frente à ganância desenfreada dos madeireiros míopes que enxergam apenas até onde seus machados e serras motorizadas alcançam. De forma geral, quase todos os remanescentes de araucária encontram-se hoje muito fragmentados e dispersos, o que contribui para diminuir ainda mais a variabilidade genética de suas espécies, colocando-as sob verdadeiro risco de extinção. E, apesar dessa situação, as ameaças continuam. A situação é agravada pela exploração ilegal de madeira e pela conversão das florestas em áreas agrícolas e de reflorestamento de espécies exóticas, aumentando ainda mais o isolamento dos remanescentes. Corremos o risco de termos apenas extensas plantações de eucalipto no lugar das matas de pinheiro originais. É hora de acordarmos para salvar esta que é, talvez, a árvore mais bonita da nossa flora. JAIR, Floripa, 04/03/09.