segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O Porquinho


Muito prazer, sou o porquinho
Eu te alimento também
Meu couro bem tostadinho
Quem não sabe o sabor que tem
Se você cresce um pouquinho
O mérito eu sei
Cabe a mim também
Se quiser, me chame
Te darei salame
E a mortadela
Branca, rosa e bela
Num pãozinho quente
Continuando o assunto
Te darei presunto
E na feijoada
Mesmo requentada
Agrado a toda gente
Sendo um porquinho informado
O meu destino bem sei
Depois de tostado
Fritinho ou assado
Eu partirei
Vestido de anjinho
Pro céu voarei
Com a tia vaca do lado
Do rabo ao focinho
Sou todo toicinho
Bota malagueta
Na minha costeleta
Numa gordurinha
Que coisa maluca
Minha pururuca
É uma beleza
Minha calabreza
No azeite fritinha

(Vinicius de Moraes)


2 comentários:

  1. Sandreli,
    Meio mórbido, mas verdade. Na natureza o bicho maior come o menor, daí o destino do porquinho. Abraços e bom 2012, JAIR.

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  2. —:> Sandreli:
    Leitão à pururuca. Currrto. Costelinha, idem. Feijoada? Tbm, enfim, do "leiton" tudo se aproveita.

    Abraço,
    Ruy.

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